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A mãe da cria

Meu nome é Luciana, sou mãe da cria que cresceu e estou desesperada.
É assim que começamos.
😓

Sempre me achei uma mãe foda. E dizia com toda a certeza do mundo que, de todas as coisas em que eu era boa, ser mãe era a que eu era melhor.
Bem humildezinha, ela. 😂😂

Mas, modéstia a parte, eu realmente acredito que eu sou muito boa nisso. Ou pelo menos era. Mãe solo desde que a cria tinha um mês, me virei muito bem até aqui. Nunca nos faltou nada. Pelo contrário. Escola particular, viagens para o exterior, carro novo na garagem, moradia em lugar bacana. Essas coisas todas. Eu tive isso quando era pequena, então minha cria também teria. Mesmo que para tanto eu tivesse que ralar.

E, de fato, eu ralo.

Eu tinha dois empregos (e ainda fazia um freela ou outro em casa quando sobrava tempo) mas um belo dia enchi o saco dos dois, e saí.
Ok... Mentira.
De um deles, eu enchi o saco mesmo, e sair de lá foi uma das coisas mais certas e maravilhosas e lindas e perfeitas que eu já fiz na vida! Do outro, saíram comigo. E foi triste. Era um trampo bem light, home office, que pagava bem e me dava VR. Menos de um mês depois que eu meti o pé na bunda do emprego-bosta, o emprego-lindo me demitiu.
"Fui desligada", eu dizia. É menos feio do que "fui demitida"

Saudades, VR.

Mas tudo bem. As duas rescisões me ajudaram bastante e eu sou marrenta. Baixinha, gordinha, invocada e agilizada. Duas demissões não me derrubaram. Reativei a PJ e os contatos e retomei um mundo de freelas, a princípio, até arrumar outro emprego. Não arrumei. Basicamente porque não procurei. Trabalho em casa, bem mais do que quando eu tinha dois empregos, mas ganho mais, fico de chinelo o dia inteiro, não passo mais maquiagem e estou mais feliz.

Win-win.

Estava tudo indo muito bem, quando de repente eu me dei conta que a cria cresceu (e só agora me dei conta de como foi bom ter saído dos dois empregos para ficar em casa... se eu ainda estivesse trabalhando fora, não notaria que ela cresceu, não faria nada. respeito, e quando me desse conta, ela estaria grávida, ou internada, ou presa. Ok... dramatizei um pouco).
O fato é que eu literalmente não sei mais como lidar com ela. Não sei se brigo (aí vou me tornar a mãe chata pra sempre), se converso (aí serei a mãe mole demais, a cria vai se tornar uma pessoa horrível), se apenas mando ela fazer o que tem que fazer e proíbo o que não tem que fazer (e aí ela certamente vai fazer tudo que eu proibi escondida de mim). E essas indagações vão até o infinito, e me cansam demais.

A cria tem 10 anos. Faz 11 em julho.

E agora é a hora que você deve estar se perguntando: "What? Nem 11 anos e essa mãe descompensada já está achando que a menina está na adolescência?"

E eu respondo: "O que você tem a ver com isso?" 😡
Brincadeira! 😁

Na verdade, é bem aí que nasce essa treta toda. Ela tem onze anos, não era para estar toda adolescentemente revoltada com a vida, e respondona, e chata, e desobediente, e etc., certo? Cara... eu juro que eu estava me preparando psicologicamente para quando chegasse a minha vez de lidar com um aborrecente em casa, mas a minha vez está chegando cedo demais, e pela primeira vez, me sinto uma mãe horrível porque não sei o que fazer.

Daí pensei, ok... Vou falar sobre isso. Não é possível que eu esteja sozinha nessa missão nesse mundão de meu Deus. Partiu internet. Partiu criar um blog. Anyway, meu plano era começar a fazer um podcast, por motivos de:

  • descobri essa coisa de podcast recentemente, e amei, e quero um podcast pra chamar de meu.
  • minha tendinite não permite textões frequentes.
Eu ainda pretendo fazer um, mas precisava começar de alguma forma hoje, porque criar essa adolescentinha aqui

De toda forma, como toda mãe, preciso parar agora. Porque já são quase 6 da tarde e eu tenho que começar a rotina de fazer janta, arrumar a cozinha, verificar se ela fez a lição de casa, mandar tomar banho umas trinta vezes, mandar arrumar o quar...😴😴😴😴😴😴😴

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